sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Muero con mi Patria!


 Francisco  Solano López morreu aos 43 anos, há 141 anos, nas margens de uma sanga, afluente do Rio Aquidabánnigui (Aquidaban, em português), na localidade de Cerro Corá, distante 25 quilômetros do município de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. A morte de Solano López reforçou a imagem do “ditador” como sendo o símbolo máximo do povo paraguaio. Em todas as cidades guaranis se pode encontrar uma rua, uma praça, escola que leva o nome de Francisco Solano López. E sua morte trágica e anunciada também levou ao fim  o mais sangrento conflito da história da América do Sul; A Guerra do Paraguai (1865-1870), episódio que uniu Brasil, Argentina e Uruguai (Tríplice Aliança), contra o Paraguai.
  No Parque Nacional de Cerro Corá, com uma área de 5.538 hectares, criado em 1976, num vale cercado por montanhas em forma de caracol  fica o local de preservação a memória do Marechal Francisco Solano López, outros 18 militares e do filho do Marechal, o Coronel Juan Francisco Solano López, o “Panchito”, que morreu aos 16 anos, como seu pai, sem se render às forças brasileiras comandadas pelo general Câmara, que tinha uma tropa de aproximadamente 2.800 homens, frente aos cerca de 400  famintos e desesperados paraguaios.
  Existem muitas versões sobre os últimos momentos de vida de Solano López. A versão mais aceita é a do general Câmara, comandante brasileiro na batalha de Cerro Corá. O primeiro desafio de Câmara foi identificar quem era o comandante paraguaio entre 400 combatentes. A tarefa foi resolvida com certa facilidade. Num exército formado por desnutridos, famintos, doentes, o único que era robusto e até gordo, só poderia ser o Marechal Solano López. E o que se passou naquela manhã de 01 de maio de 1870, é o relato que Câmara enviou às autoridades imperiais, que diz o seguinte.
  “O tirano foi derrotado, e não querendo render-se foi morto a minha vista. Intimei-o com ordem de render-se quando estava completamente derrotado e gravemente ferido, e não querendo, foi morto.” E a missão de matá-lo coube ao lanceiro Chico Diabo, que perfura seu ventre com uma pontada de baioneta. Perdendo muito sangue, López tenta sair da sanga. Cai e novamente é intimado a render-se. Nega-se. Resiste fracamente ao desarmamento. Então, o lanceiro brasileiro lhe abre o crânio com um raivoso golpe de baioneta. Agonizante, antes do último suspiro, Solano López teria dito: “Muero con mi Patria”.

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